Mitos e verdades sobre antialérgicos
Mitos e verdades sobre antialérgicos
Não é preciso ter medo de antialérgicos. Veja o que procede ou não quando se trata de medicamentos para alívio dos sintomas da alergia
Muitas pessoas ainda têm receio de tomar antialérgico por medo de sentirem sono durante o dia e ter afetada a concentração de adultos ou o desempenho escolar das crianças. Com isso, acabam convivendo com sintomas desagradáveis de alergia respiratória ou urticária. Sendo assim, que tal entender mais sobre os antialérgicos, inclusive aqueles que não dão sono?

Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre os antialérgicos:
Antialérgicos são todos iguais:
Mito. Há antialérgicos de primeira e segunda geração.
Os medicamentos antigos, conhecidos como os de primeira geração, conseguem penetrar a barreira hematoencefálica, estrutura que protege o Sistema Nervoso Central, gerando os sintomas desagradáveis1,2. Já no caso dos anti-histamínicos de segunda geração não há essa passagem pela barreira hematoencefálica, o que reduz os efeitos colaterais.
Provocam sono:
Verdade, mas esse efeito é mais comum após a ingestão dos antialérgicos antigos, de primeira geração, uma vez que atingem o Sistema Nervoso Central e podem causar sonolência, fadiga, entre outros efeitos colaterais. Já os de segunda geração não provocam sono e não interferem na atenção ou na concentração1,2.
Podem provocar ganho de peso:
Mito. Os antialérgicos de primeira geração podem aumentar o apetite, mas esse fato não irá, consequentemente, provocar o ganho de peso. Já com os medicamentos modernos, não há risco do aumento do apetite3.
Dose errada pode ser perigosa:
Verdade. É preciso respeitar a dose diária prescrita ou indicada na bula do medicamento, já que ultrapassar a dosagem pode acarretar efeitos colaterais. No caso dos anti-histamínicos de primeira geração, doses tóxicas no Sistema Nervoso Central podem representar um risco de vida nos casos de superdosagem1.
Aliviam espirros, coriza e outros sintomas:
Verdade. Os antialérgicos reduzem ou eliminam os sintomas desagradáveis da alergia, como espirros, coriza, nariz entupido e coceira nos olhos. Porém, quando a ação do medicamento termina – o que acontece em média depois de 12 horas – e a pessoa continua em contato com a substância alergênica, os sintomas incômodos podem aparecer novamente1,2.
Bebidas alcoólicas podem interferir no antialérgico:
Verdade, mas isso não vale para todos os anti-histamínicos. Os que são compostos por cloridrato de fexofenadina, por exemplo, não têm interação com o álcool.
O ideal, portanto, é não consumir álcool durante qualquer tratamento medicamentoso sem conversar antes com o médico, para entender se aquele antialérgico específico pode – ou não – ter interação com a bebida2,4.
Importante: lembre-se sempre de consultar seu médico para o melhor acompanhamento do seu caso.
Referências
- PASTORINO, Antonio Carlos. Revisão sobre a eficácia e segurança dos anti-histamínicos de primeira e segunda geração. 2010. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Disponível em: sbai.org.br/revistas/Vol333/anti-histaminicos_33_3.pdf. Acesso em: 21 out. 2021.
- MANN, Ronald D.; PEARCE, Gillian L.; DUNN, Nicholas et al. Sedation with. “non-sedating” antihistamines: four prescription-event monitoring studies in general practice. 2000. British Medical Journal. Disponível em: ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC27362/. Acesso em: 21 out. 2021.
- CRIADO, Paulo Ricardo; CRIADO, Roberta Fachini Jardim; MARUTA, Celina W.. Histamina, receptores de histamina e anti-histamínicos: novos conceitos. 2010. Anais Brasileiros de Dermatologia. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abd/a/r4BhwWR3fDgZSLPpKV8N3rg/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 21 out. 2021.
- KAWAUCHI, Hideyuki; YANAI, Kazuhiko; WANG, De-Yun et al. Antihistamines for Allergic Rhinitis Treatment from the Viewpoint of Nonsedative Properties. 2019. International Journal of Molecular Sciences. Disponível em: https://www.mdpi.com/1422-0067/20/1/213/htm. Acesso em: 21 out. 2021.
MAT-BR-2301183 – Abril/2023